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Os tempos mudaram

As empresas buscam profissionais que possam ajudá-las a analisar e sintetizar suas demandas, atendendo-as por meio da adoção das melhores e mais rápidas soluções, ou seja, pessoas pensantes e inovadoras, criativas. Por Camilo Nogueira 

Por Camilo Nogueira

Mercado de Trabalho. Como entendê-lo no conturbado contexto de tempo real, de total conectividade?

As mudanças se processam em tempos cada vez mais curtos e exige agilidade e adaptação constante dos profissionais.

Vivemos em momentos antagônicos.

A atual turbulência global se abre, aos países em desenvolvimento, denominados pela sigla BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China, como uma grande oportunidade para se firmarem como mercados receptores de investimento, em face da reestruturação e adequação dos seus sistemas financeiros e econômicos, iniciados há pelo menos duas décadas.

Temos muitas demandas de oportunidades, grande contingente de pessoas, mas pouca convergência de objetivos e suprimento de necessidades.

No momento em que temos condições ideais para fazermos a diferença e avançar no atingimento de metas positivas de produtividade e ganho sociais sustentáveis, vivemos um “gap” profissional, gerado pela descontinuidade de investimentos no passado, aliada à dificuldade de abstração e transferência, aos novos profissionais, das experiências e aprendizados adquiridos pelos profissionais mais velhos, que definem o perfil do mercado de trabalho.

Diante deste quadro as empresas necessitam identificar, atrair, desenvolver e manter, e até mesmo conquistar, profissionais adequados à sua cultura (missão, visão, política e valores), ao passo que os profissionais têm de tornar-se e manter-se com alto potencial de trabalhabilidade - termo atual que define um profissional com qualificações técnicas associada à postura diferenciada e alinhada, por princípios e pró-atividade, às necessidades do mercado.

Assim, dois novos conceitos passam a ter um peso significativo nesta complexa relação: a empresa tem de estar atenta e se capacitar, através de programas de treinamento e formação, para se firmar como fomentadora profissional; em contrapartida o profissional passa ter a responsabilidade pelo aprimoramento e desenvolvimento de competências, fora de seu contexto técnico específico, porém essenciais a manutenção das suas relações e do comportamento profissional.

Ambas as partes necessitam apresentar como atrativos diferenciais de apoio holístico, que propiciem a capacidade de suprir, satisfazer e promover as necessidades atuais e futuras de ambos, de modo a agregar valor aos processos e à relação, refletidos em atingimento e superação de metas.

As empresas devem prover e manter as equipes e os profissionais nas suas especificidades, em ambientes estruturados e com ferramental adequado, facilitar o acesso a programas de treinamento e atualização que promovam o crescimento profissional e pessoal em consonância com a cultura empresarial definida. As empresas buscam profissionais que possam ajudá-las a analisar e sintetizar suas demandas, atendendo-as por meio da adoção das melhores e mais rápidas soluções, ou seja, pessoas pensantes e inovadoras, criativas.

Estas demandas definem perfis de competências essenciais cada vez mais complexas e abrangentes, que ampliam a atuação e os horizontes dos profissionais: boa formação acadêmica, conhecimento e domínio de língua estrangeira, aptidão para o trabalho em equipe, capacidade de contextualização da comunicação – saber se expressar e conceber idéias – pró-atividade com responsabilidade, compromisso, que tenha foco na inovação e na dinâmica dos processos, cultura geral atualizada e visão empreendedora e holística. Estas são características que definem posturas profissionais positivas e que, não necessariamente, serão requeridas em sua totalidade, pelas oportunidades apresentadas no mercado. Adquirí-las demandam esforços, custos, tempo e principalmente, desenvolvimento profissional, ou seja, aplicabilidade e aprendizado no dia-a-dia das relações pessoais e profissionais.

O que se torna mais importante é que, a empresa e os profissionais estejam focados e voltados, no processo das suas relações, para a necessidade de desenvolvê-las e disseminá-las como cultura e prática empresarial e profissional.

Empresas e profissionais devem estabelecer planos de carreira de médio e longo prazo, pois as expectativas, necessidades e capacidades de ambos tornam-se mutáveis, dinâmicas, à medida que estes acumulam experiências, vivência e amadurecimento.

As carreiras são construídas por acumulo de ações e não por eventos pontuais ou aquisições temporárias. As ações têm de ser contextualizas e evolutivas.

Enfim, a ordem é evoluir sempre, nunca estar satisfeito, pois este é o principal ingrediente motivacional, e que garante o nível positivo de trabalhabilidade e acesso a grandes oportunidades.

Camilo Nogueira é professor da FGV em cursos de MBA Executivo, consultor de Planejamento Estratégico, vice-presidente do Sindicato da Arquitetura e Engenharia Consultiva e membro do Comitê de Qualidade do Estado de Minas Gerais.

E-mail: camilo.nogeira@altagestao.com.br



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